Entender-se com a luz
Fotografar é conversar com a luz. É saber dos reflexos, das penumbras, transparências, densidades. Compreender a luz para além da sua existência incidente. O domínio sobre a máquina é só uma parte da conversa. É como poder falar. Mas há ainda que se saber o idioma. Há ainda que se saber o que dizer. De todas as possibilidades da fotografia é a técnica pinhole a que mais estimula a conversa entre o fotógrafo e a luz, seja por libertar o olhar de um maior compromisso com uma representação realista do mundo, seja por possibilitar a construção do aparato fotográfico ou pela consistência da experiência de se aprender o tempo de cada máquina - sempre única como o olhar do seu construtor. A fotografia pinhole vem conquistando gerações de sonhadores que percebem nas suas imagens o mesmo misto de realidade e poesia que faz com que o olhar de hoje emane a atmosfera de
ontem e os desejos de amanhã.
Quando o fortaleza na lata aponta suas pinholes para um lugar de tantas histórias como o Benfica um rito é celebrado. Aquele mesmo rito que se dá quando - de olhos fechados - lembramos de um lugar que nos seja precioso.
Paulo Amoreira
Fotografar é conversar com a luz. É saber dos reflexos, das penumbras, transparências, densidades. Compreender a luz para além da sua existência incidente. O domínio sobre a máquina é só uma parte da conversa. É como poder falar. Mas há ainda que se saber o idioma. Há ainda que se saber o que dizer. De todas as possibilidades da fotografia é a técnica pinhole a que mais estimula a conversa entre o fotógrafo e a luz, seja por libertar o olhar de um maior compromisso com uma representação realista do mundo, seja por possibilitar a construção do aparato fotográfico ou pela consistência da experiência de se aprender o tempo de cada máquina - sempre única como o olhar do seu construtor. A fotografia pinhole vem conquistando gerações de sonhadores que percebem nas suas imagens o mesmo misto de realidade e poesia que faz com que o olhar de hoje emane a atmosfera de
ontem e os desejos de amanhã.
Quando o fortaleza na lata aponta suas pinholes para um lugar de tantas histórias como o Benfica um rito é celebrado. Aquele mesmo rito que se dá quando - de olhos fechados - lembramos de um lugar que nos seja precioso.
Paulo Amoreira